Jair Bolsonaro durante depoimento prestado nesta terça-feira (10) ao Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) fez questão de se desvincular completamente dos ataques que ocorreram no dia 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes, em Brasília. Bolsonaro foi direto: “Não tem nada meu ali estimulando aquela bagunça”.
Na oitiva conduzida como parte do processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro negou ter incitado ou participado de qualquer ação que tenha contribuído para os atos antidemocráticos. A fala aconteceu em resposta a uma pergunta feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.
‘Malucos’: Bolsonaro Critica Quem Pede AI-5 e Intervenção Militar
Durante o depoimento, o ex-presidente também aproveitou para condenar publicamente os apoiadores que pedem o retorno do AI-5 ou a intervenção das Forças Armadas. Ele classificou esses grupos como “malucos” e reforçou que não compartilha dessas ideias radicais, mesmo que partam de pessoas que o apoiam politicamente.
“Tem gente que insiste nessas ideias absurdas, mas os comandantes militares jamais seguiriam isso só porque um grupo está gritando por intervenção”, disse Bolsonaro, em tom enfático.
Jair Bolsonaro diz: “Não Colaborei com o 8 de Janeiro”
Na fase atual da investigação, que entrou na etapa de interrogatórios dos principais envolvidos, Bolsonaro tenta se distanciar ao máximo da imagem de articulador ou incentivador dos atos golpistas. Ele declarou que os acontecimentos daquele dia não têm qualquer ligação direta com suas ações ou declarações.
“Repudiamos completamente aquilo. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, é incorreto afirmar que eu tenha contribuído com o 8 de Janeiro”, afirmou o ex-presidente.
O posicionamento tenta reforçar a ideia de que, mesmo com parte da sua base apoiando ideias antidemocráticas, ele não teve envolvimento prático ou jurídico com os eventos que resultaram na depredação das sedes do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal.
Investigação se Aproxima da Fase de Julgamento
O STF iniciou os interrogatórios nesta semana com os oito principais acusados de articulação de um suposto golpe de Estado no fim de 2022. O processo tem ganhado força com o avanço das delações e o cruzamento de provas, especialmente a colaboração do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
O depoimento de Bolsonaro é visto como estratégico, tanto para sua defesa política quanto jurídica. O ex-presidente tem adotado uma linha mais cautelosa, abandonando os discursos inflamados do passado e optando por demonstrar colaboração institucional.

Conclusão: Bolsonaro Mira a Distância Política dos Atos Radicais
Com os olhos da Justiça e da opinião pública voltados para as responsabilidades pelo 8 de janeiro, Bolsonaro tenta se redesenhar como um ex-líder que não compactua com extremismos, mesmo que estes venham de seus apoiadores. A estratégia é clara: preservar sua imagem e evitar maiores sanções legais, com uma defesa baseada na negação de envolvimento direto e no repúdio aos atos violentos.
Carlos Lima é jornalista com mais de 15 anos de experiência em apuração de fatos, análise de cenários e produção de conteúdo informativo com responsabilidade. Especializado em notícias do cotidiano, economia, saúde e sociedade, sua missão é traduzir os principais acontecimentos do Brasil e do mundo de forma clara, confiável e acessível.
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